Li no Gulistan, ou Jardim das Flores, de autoria do xeque Sadi de Shiraz, que um dia perguntaram a um sábio: «Entre as muitas árvores célebres que o Altíssimo Deus criou altaneiras e umbrosas, nenhuma é chamada azade, ou livre, exceptuando o cipreste que não dá frutos. Qual o mistério disso? O sábio replicou: «Cada uma tem seu fruto adequado e sua estação determinada, durante a qual fica fresca e florida e fora dela seca e murcha; o cipreste não está sujeito à variação de estados, está sempre a florescer. Da mesma natureza são os azades ou religiosos independentes. Não ponhas o teu coração no que é transitório, porque o Dijlah, ou Tigre, seguirá fluindo através de Bagdade mesmo depois da raça dos califas se extinguir. Se tuas mãos estão cheias, sê liberal como as tamareiras, mas se estão vazias, sê um azade, ou um homem livre como o cipreste." - 'Walden ou a vida nos bosques', Henry David Thoreau, 2009 [1854], p. 96.
(...) o cipreste desde muito novo me impressionava e atraía pela sua fisionomia única, o seu ar cheio de mistério, a sua severidade que parece alhear-se de tudo o que existe à roda e não lhe toca" - ‘Raul Lino visto por ele próprio. Autobiografia’ in Vida Mundial, Lisboa, no 1589,21/XI/69, pp. 28-42.